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junho
24
2025

CDT e Laboratório de Hemostasia participam do maior congresso do mundo na área

Encontro da ISTH acontece em Washington, nos Estados Unidos; sete trabalhos do laboratório são apresentados

Por Dimítria Coutinho

O Laboratório de Hemostasia e o Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT) do Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão presentes no congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês), que teve início no último sábado (21) e dura até o dia 25, em Washington, nos Estados Unidos.

Silmara Montalvão, responsável pelo Laboratório de Hemostasia, a Prof. Dra. Joyce Maria Annichino, coordenadora do CDT e presidente da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH), e as biologistas Stephany Cares Huber e Sandra Martins representam o laboratório e o CDT no encontro internacional.

Ao todo, serão apresentados sete trabalhos. Alguns deles estão relacionados aos registros que o CDT vem realizando a respeito da incidência de trombose venosa em pacientes assistidos pelo SUS no estado de São Paulo. Os estudos trazem dados preliminares sobre os registros relacionados à trombose em adultos e na pediatria, bem como em pacientes com câncer.

Stephany, que é doutora em Fisiopatologia Médica e coordena o projeto pediátrico, levou dois trabalhos ao congresso, sendo um deles sobre os registros de trombose em crianças. Esse estudo é bastante inovador devido à falta de literatura sobre o tema.

“Os guidelines são focados para os adultos, tem pouca literatura para as crianças, não se sabe o dado epidemiológico do Brasil. Então, o objetivo desse estudo foi verificar a incidência de trombose após a inserção de catéter venoso. O catéter lesiona o vaso dos pacientes, e por isso aumenta muito o risco de um evento de trombose, mas, usualmente, esses catéteres são retirados sem avaliação da verificação dessa trombose. Então, nosso objetivo foi verificar quanto desses catéteres inseridos evoluíram para uma trombose”, afirma a pesquisadora.

Como resultados preliminares, a pesquisa mostra que 21,3% dos pacientes pediátricos internados com inserção de catéter tiveram um quadro trombótico – desses, 92% foram assintomáticos. Participam do estudo pacientes de seis hospitais do estado de São Paulo.

Stephany conta que a pesquisa também analisou a relação da trombose com outros diagnósticos. “O estudo também verificou que a cardiopatia aumenta em 4,7 vezes o risco do desenvolvimento de trombose, enquanto a doença respiratória aumenta cerca de 3 vezes. Então, a gente tem que ter uma atenção maior para os pacientes que estão sendo internados com esses diagnósticos, devido ao risco de evolução para um evento trombótico”, afirma.

Além da apresentação dos trabalhos, o Laboratório de Hemostasia também tem outras participações no congresso. Silmara ministra uma master class sobre o diagnóstico de inibidores, área em que é referência. “Existem muitas dificuldades nessa metodologia, em termos de qualidade. Aqui no Brasil, temos desafios, mas em muitos países o cenário é ainda pior. Então, nessa aula, discuto esse assunto com a comunidade internacional”, afirma Silmara.

Importância do ISTH

Silmara afirma que o congresso ISTH é o mais relevante da área de hemostasia e trombose, já que engloba participantes do mundo todo. Além de mostrar os avanços da ciência em si, o encontro também é marcado por discussões acerca da área clínica, assim como a master class que será apresentada pela pesquisadora.

“O ISTH tem muitas informações e discussões da prática clínica, trazendo padronizações através dos comitês. Sempre voltamos do ISTH com bastante conhecimento para aplicar em todas as áreas abrangidas pelo congresso”, comenta Silmara.

“Esse congresso tem um foco multidisciplinar, então nós temos a presença de grandes cientistas e de pessoas que são muito importantes na área laboratorial. Por isso, é um congresso de grande aproveitamento para nós que somos da área da pesquisa, da assistência e do desenvolvimento”, avalia Stephany.

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